A gente ouve falar e assiste várias reportagens na TV, porém nunca acha que vai acontecer, até que chega o dia fatal.
Nessa madruga, por volta das 2:30 h o telefone tocou em minha casa. Obviamente, estava dormindo e ao ouvir o toque do telefone sonolenta já me assustei, pois na hora o que vem é que alguém morreu ou algo assim.
Ao atender, ouço a voz de uma querida e amada parente chorando muito, dizendo-se assaltada e que está sequestrada ao lado de bandidos, pedindo desesperadamente SOCORRO. Pergunto onde ela está e o que aconteceu e só ouço um choro que doí o coração de qualquer ser.
É nesse exato segundo que tudo começa de fato, pois como não moro com ela, atortoada acreditei em tudo que me era dito, ficando em total pânico. Instante depois, ouve-se a voz fria de um homem - 'João Negão' - dizendo horrores e que se não cumprir as ordens dele irá matá-la, blá, blá, blá....... Detalhe: ao fundo, ouço o desespero da tal parente que penso ser verdadeiro.
Certamente, alguns desses cinco minutos representam uma eternidade, meu coração bate na boca, você fica sem chão, dá tontura, fica sem voz, não consegue raciocinar e não sabe o que fazer primeiro, tremendo dos pés a cabeça sem parar. O pior de toda a situação é que surge a dúvida ou melhor a certeza que todo aquele perigo é real.
A minha sorte, que atendi o telefone bem na frente do meu altar onde faço minhas preces e supliquei com toda devoção que tivesse uma faísca de iluminação naquele instante tão cruelmente desumano e solitário. Foi quando lembrei que poderia ser um golpe e peguei o celular para checar e localizar se a tal pessoa estava em casa ou não. Ao mesmo tempo, fiquei segurando o marginal no outro telefone ouvindo aquele terror emocional. Ou seja, cena de filme de horror perde longe. Não sei até agora como consegui ter um pequeno raio de lucidez no meio daquele sofrimento sem fim.
Até que, finalmente, ouvi uma voz do outro lado dizendo que estava tudo bem e para me acalmar. Um misto de alívio e muito stress em frações de segundos. Adrelina a mil. Penso que nunca quis tanto ouvir essa voz amada. Desligo a ligação. Aparentemente, tudo se encerra ali. Chose de loc!
Entretanto, aquilo fica gravado em sua mente e caio em um pranto sem fim. Passo a noite em claro, choro muito, sinto-me mal em todos os sentidos. Uma sensação horrível de medo e impotência generalizada. Minha pressão subiu demais, meu coração pulava sem parar. O choque ainda se perpetua por algumas horas. Ou seja, acabei de me tornar mais uma vítima extremamente fragilizada de tanta insegurança e violência urbana. Continuo com os olhos inchados de tanto chorar até agora a pouco. Um verdadeiro pesadelo que não desejo para nenhum inimigo. Literalmente, ninguém merece isso.
Claro, que todos vocês já ouviram mil vezes essas histórias de 'n' formas possíveis. Só conto mais uma vez, para ALERTAR e compartilhar um momento muito difícil e de muita dor. Uma dor no peito que está latente, e especialmente, para que vocês se lembrem que, sim pode ser verdade, mas também pode ser mais um golpe cruel de pessoas que chegaram ao fundo do poço em uma degradação humana sem limites.
Golpes como esses, sequestros verdadeiros de entes queridos, assaltos, etc acontecem na vida real brasileira intensamente e são de uma crueldade incomensurável. Só quem passa, sabe a experiência desse terrível momento. Só nos resta a certeza de manter e praticar a plena atenção.
Talvez, a pergunta que não quer calar seja: o que podemos fazer para reverter essa situação que atinge a maioria dos lares de pessoas de bem? Sinceramente, não sei ao certo.
Muito menos não sei, ainda, o que e como me aconteceu. Incrível perceber, como eles sabem direitinho quem é o teu parente, inclusive o sexo? Outra pergunta, sem resposta para mim. Chute, talvez. Contudo, tudo é possível nesse mundo marginal. Algo surreal demais.
Só sei que, primeiramente, preciso agradecer muito por ser mentira e tentar entender toda essa experiência contemplando alguns ensinamentos. Um carma negativo que brotou e que preciso liberá-lo. E, ainda bem, que tudo não passou de um grande susto. Viva a impermanência!
Após, rezar muito pedindo proteção diária para todos nós, principalmente, por esses seres carentes de tudo como fantasmas famintos que perambulam nesse submundo das drogas, vícios, armas e violência. Que eles possam se livrar de todo esse sofrimento que causa um sofrimento maior em larga escala na humanidade.
O outro passo, seria o registro policial, porém no meu caso nada era real e não tenho bina, portanto, não há registro e nem identificação, só se apelar para a operadora em um processo burocrático e desgastante.
Em paralelo, o que devemos fazer é exigir com rigor máximo das autoridades políticas públicas e gestão ética eficientes e eficazes. Eis o nosso papel de cidadãos brasileiros.
Enfim, aspiro que possamos todos nós viver em mundo de paz e não-violência, lembrando que a paz mental começa em nós.
Com diria Gandhi: "seja a transformação que você deseja para o mundo!!!"
Sem dúvida nenhuma, ela começa em VOCÊ!
Hoje, só me resta agradecer a vida!!!! Chuvas de bênçãos.
Mãos em prece!
Beth, querida, espero que já esteja melhor. Posso imaginar sua aflição. Respire, medite. E conte com o apoio dos amigos.
ResponderExcluirUm grande beijo,
Grata pelo ombro amigo. Agora, após refletir um pouco mais, percebo que estava sob um forte anel de proteção de atividades iluminadas que operam no campo sutil. Afinal, tudo não passou de uma pegadinha desumana. Todavia, confesso, estou ainda em frangalhos.
ResponderExcluirLogo, tudo passará!
bj