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domingo, 9 de maio de 2010

Dias das Mães!



Todos os dias deveriam ser lembrados como especiais em tudo, pois retratam a celebração da vida humana e preciosa a cada instante. Entretanto, o comércio criou o Dia das Mães!
Nunca me deixei levar muito por essas datas comerciais, com aquele frenesi generalizado das compras a qualquer preço para ficar bem na fita.
Todavia, hoje, essa data tem um sabor muito triste e amargo. Como cuidadora de uma mãe com Alzheimer associada a sobrecarga emocional do imenso stress do prazer em servir tem me colocado a prova a cada minuto. Uma verdadeira prática da prática que requer muita paciência e sabedoria, e, que me faz sentir na maioria dos momentos incapaz, impotente, culpada e muito sozinha. 
Pergunto-me diariamente: como entender e lidar com esse carma? Que missão é essa?
Em paralelo, talvez, o  céu esteja colocando-me em confronto com o meu desejo de expansão e de crescimento com a ideia de que ninguém chega a esse planeta sem ter uma missão. Assim, mostra-me o caminho da humildade e do serviço, e lembra uma lição que está em livros antigos: é preciso dobrar os joelhos e se reconhecer um aprendiz...
Todo esse sofrimento do sofrimento pode me ajudar a ver onde está a saída para a sensação de que perdi o controle do meu destino e estou sendo arrastada por um caminho que não escolhi.  Ademais, preciso aceitar a ideia de que nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente quer e de que é possível confiar numa inteligência superior que ordena o mundo. Ou seja, tenho consciência plena que a impermanência existe e tudo permeia, também sei que tudo passará - coisas boas ou não.
De qualquer forma, aspiro que dias melhores possam acontecer para todas as mulheres/mães, em especial, a minha, e que sua mente possa ser lúcida e estável em todas os seus renascimentos.
Só me resta a fé!
Mãos em prece!


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Zilda Arns - um exemplo de mulher compassiva






Mais uma vez, a tragédia do terromoto no Haiti, nos possibilita contemplar sobre a impermanência que tudo permeia a cada instante e sopro de vida. 
Essa tal impermanência nos tirou de cena a médica Dra. Zilda Arns Neumann que morreu em missão humanitária salvando vidas, ou melhor, crianças, e, oferecendo as mulheres seu direito de cidadania digna.
Seu trilhar pelo mundo foi um exemplo de um ser compassivo iluminado em prol de gerar benefício em todos os sentidos. Sem dúvida nenhuma, promoveu os Direitos Humanos, na práxis.
Agora fica a continuidade de sua obra na Pastoral da Criança. 
"Nós precisamos muito participar dessa construção de um mundo a serviço da vida, da esperança e a mulher está muito preparada pra isso."
Suas últimas palavras proferidas em seu discurso no Haiti:
"Hoje vou compartilhar com vocês uma verdadeira história de amor e inspiração divina, um sonho que se fez realidade... [..]
Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos e mais perto de Deus, deveríaluzmos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los.”
Certamente, a humanidade, além do povo brasileiro, em especial, os curitibanos, perderam um ser da mais alta qualidade e ética. Por fim, que se possa fazer a justa homenagem póstuma - o Prêmio Nobel da Paz! 
Mãos em prece!

domingo, 29 de novembro de 2009

A moeda que tem valor


Nossas prioridades mundanas podem ser irônicas. Colocamos em primeiro lugar aquilo que julgamos ser o que mais desejamos; depois, descobrimos que o nosso desejar é insaciável. Pagar a casa, escrever um livro, fazer o negócio ser bem-sucedido, preparar a aposentadoria, fazer longas viagens — coisas que estão temporariamente no topo de nossa lista de prioridades consomem nosso tempo e energia completamente.

E, então, no fim da vida, olhamos para trás e nos perguntamos o que todas essas coisas significavam.

É como alguém que viaja num país estrangeiro e paga sua viagem na moeda daquele país. Quando chega à fronteira, se surpreende ao tomar conhecimento que a moeda do país não pode ser trocada ou levada.
Da mesma forma, nossas posses e aquisições mundanas não podem ser levadas através do portal da morte. Se confiarmos nelas, nos sentiremos, repentinamente, empobrecidos e roubados. A única moeda que tem qualquer valor quando viajamos pelo limiar da morte é nossa realização espiritual.

"Vida e Morte no Budismo Tibetano" by Chagdud Tulku Rinpoche (Tibete, 1930 - Brasil, 17/11/2002).

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Voltando ao Samsara

Voltar de viagem e encarar o desafio de ser compassiva é uma prática incomensurável a cada instante.
Nada fácil, porém possível.
Desde que estejamos com plena atenção a tudo que pensamos, falamos ou agimos.
Ademais, basta nos lembrar que todos os seres buscam a felicdade e querem evitar o sofrimento. Entretanto, sempre haverá problemas, pois a impermanência que tudo permeia toca a todos e a tudo que nos rodeia.
Respirar, respirar, respirar....

Meditar, meditar, meditar...

Praticar, praticar, praticar...

Eis nossa missão para fazer o mundo melhor.
O primeiro passo é transformar a nossa mente dualista.

sábado, 20 de junho de 2009

Basta um segundo.....Fim!


Sempre vale a reflexão... consciência do fim e da impermanência!

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"Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.

Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada, o tesão que você sente pela ascensorista com ar triste. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje."


Por Adriano Silva – 04/06/2009 – Revista Exame


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Vende-se tudo! Uma lição de vida


Nos útimos dias, tenho recebido e vivenciado algumas notícias de pessoas que são muito especiais para mim, como por exemplo:
a) um tombo na grama, e, como consequência, uma cirurgia no braço acompanhada de duas placas;
b) uma senhora amiga, simples, de bom coração e compassiva que criou vários filhos (dela e de outras pessoas) e tudo com muita dificuldade, faleceu sem que eu pudesse vê-la novamente e agradecer; etc...
Ademais, a tragédia do avião da Air France.
Enfim, na marra, me vi obrigada a contemplar a impermanência, a praticar o desapego a rever alguns valores.
Aí me lembrei desse lindo texto abaixo que agora compartilho com vocês.

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No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que ela estava vendendo tudo que tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos.
O cartaz dava o endereço do bazar e o local de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa.
Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava as 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali se estava vendendo uma estante.
Eu convidava a subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto.
Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro como brinde e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.
No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperou a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.
Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.
Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto torna-se cada vez mais difícil de me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida.
Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu um café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.
Fomos embora carreganado apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.
... só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir, é melhor refletir e começar a trabalhar o DESAPEGO JÁ!



Martha Medeiros


quarta-feira, 11 de março de 2009

Vida & Morte

Ontem, após uma cirurgia, faleceu o RIGPA - um lindo husky branco e cego que pertencia aos Lamas Yeshe & Rigdzin.
Sem dúvida, uma grande perda e ao mesmo tempo a oportunidade de praticar o desapego.
Além disso, refletir e meditar sobre vida e morte. Em especial, sobre a impermanência que tudo permeia.
Hoje, por um mero acaso li um trecho do livro do Osho - Antes que vc morra - capítulo 3 - Andar sem muletas:
"A vida é um momento, um fluxo constante. E você não é o mesmo. Como pode ser? Se está vivo, você é um fenômeno parecido como um rio. Vinte e quatro horas se passaram; e vinte e quatro horas são como um milênio; milhões de segundos se passaram, como é que você pode ser o mesmo? Não o reconheço, jamais o vi antes, você é absolutamente novo. Como posso lhe dizer a mesma coisa que lhe disse ontem? Eu não estou mais ali, aquele que estava aqui ontem.
A vida é constantemente uma ressureição. A cada momento ela morre, e a cada momento nasce de novo. Mas você prossegue levando a mente velha [...]".
Voltando a morte do RIGPA, aspiro que ele possa renascer em reinos superiores. Certamente, era um ser muito especial.
Mãos em prece!