Nossas prioridades mundanas podem ser irônicas. Colocamos em primeiro lugar aquilo que julgamos ser o que mais desejamos; depois, descobrimos que o nosso desejar é insaciável. Pagar a casa, escrever um livro, fazer o negócio ser bem-sucedido, preparar a aposentadoria, fazer longas viagens — coisas que estão temporariamente no topo de nossa lista de prioridades consomem nosso tempo e energia completamente.
E, então, no fim da vida, olhamos para trás e nos perguntamos o que todas essas coisas significavam.
É como alguém que viaja num país estrangeiro e paga sua viagem na moeda daquele país. Quando chega à fronteira, se surpreende ao tomar conhecimento que a moeda do país não pode ser trocada ou levada.
Da mesma forma, nossas posses e aquisições mundanas não podem ser levadas através do portal da morte. Se confiarmos nelas, nos sentiremos, repentinamente, empobrecidos e roubados. A única moeda que tem qualquer valor quando viajamos pelo limiar da morte é nossa realização espiritual.
"Vida e Morte no Budismo Tibetano" by Chagdud Tulku Rinpoche (Tibete, 1930 - Brasil, 17/11/2002).
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